A GEOGRAFIA ESCOLAR E OS RECURSOS DIDÁTICOS: O USO DAS MAQUETES NO ENSINO APRENDIZAGEM DA GEOGRAFIA
É preciso
desconstruir a figura do aluno como um agente passivo e reprodutor das palavras
do professor, mas compreendê-lo como um sujeito transformador que busca construir
um conhecimento mutável no tempo e no espaço. O professor precisa desafiar o
educando, instigando-o à criticidade e sua atuação na sociedade.
Dessa
forma, o ensino deve ser um processo de relação mutua entre professor e aluno,
caracterizado pela busca interativa de novas formas de aprendizagem que ajudem a
tornar a sala de aula um ambiente onde o educando sinta o prazer de estudar, ao
mesmo tempo em que seja incentivado à
pesquisa, tornando-o dessa forma um investigador na busca conjunta pelo
conhecimento
No
contexto em que as diferentes linguagens no ensino se apresentam das mais variadas
formas, cabe ao professor a função de utilizar estas ferramentas como recurso complementar
ao livro didático, ou até mesmo substituí-lo, contribuindo para aprendizagem do
ensino da Geografia, com o fim de despertar no aluno uma percepção crítica da
realidade.
A
intenção é proporcionar uma maneira mais didática de aprender Geografia, levando
em consideração o conteúdo a ser ministrado, os objetivos a serem atingidos e o
público alvo.
A
finalidade não é somente quebrar os paradigmas do ensino tradicional no que se refere
ao conteudismo, à memorização do conteúdo e ao distanciamento da realidade dos
alunos ou mesmo, simplesmente substituir o professor, a lousa e o livro
didático pelo moderno. A questão é bem maior e perpassa a postura teórico-metodológica
adotada pelo professor que deve ser, acima de tudo, um educador formador de
cidadãos capazes de problematizar, dialogar, desconstruir e reconstruir o
conhecimento e dar a este um direcionamento seja no espaço próximo ou distante
a partir da educação geográfica.
O recurso
didático, por sua vez, não tem a capacidade de garantir inteiramente a aprendizagem
do aluno, mas desperta nesse um interesse maior na aula, pois oferece ao educando
a oportunidade de trabalhar com elementos que o permitam ser protagonista na
construção do conhecimento.
O USO DAS MAQUETES NO ENSINO-APRENDIZAGEM DA GEOGRAFIA
Os materiais
gráficos e cartográficos, entre outras linguagens, quando associados à
construção de conceitos e conteúdos empregados no ensino-aprendizagem da Geografia
ampliam as oportunidades de compreensão do espaço geográfico e da realidade em
que os alunos se situam.
Os mapas
se enquadram nesse processo como elementos fundamentais, pois permitem um maior
entendimento dos fenômenos que atuam no espaço.
Partindo
deste princípio, entende-se que a linguagem cartográfica no ensino de Geografia
assume a missão de abrir caminhos para que o aluno esteja apto a entender a sua
realidade, sendo assim capaz de representá-la.
Nesse
contexto, enquanto elemento cartográfico, as maquetes se apresentam como uma
importante ferramenta para o ensino da Geografia, pois simulam uma forma de representação
tridimensional do espaço, em grande escala cartográfica que não distorce a
realidade. Além disso, propiciam uma identificação do aluno com a realidade demonstrada,
uma vez que trabalham com imagens icônicas, ou seja, com símbolos próprios de
cada cultura, utilizados para representar os elementos contidos nas maquetes.
No
processo de comunicação cartográfica, a mensagem é passada a partir de um conjunto
de elementos previamente organizados na maquete. A construção desse recurso
didático pelos alunos permite a compreensão do espaço que está sendo trabalhado,
valorizando o conhecimento prévio dos mesmos.
Sendo
assim, compreendemos que:
A construção de maquetes geográficas, em classe,
possibilita reconhecer, através da representação, a compreensão do espaço em
que o aluno está inserido; permite integração entre professor x aluno, entre
prática x teoria; exige conhecimento do que (conteúdo) e como (forma) devemos
representar; possibilita levantar hipóteses, correlacionar fatos, entre tantas
alternativas do processo pedagógico. (NACKE e MARTINS, p. 10)
Nessa
perspectiva, é compreensível que os signos funcionam como um sistema de informação
cartográfica que alicerça uma maquete, permitindo identificar nesta, a forma e
aquilo que ela representa, constituindo, portanto, um importante recurso didático
e pedagógico, favorecendo a leitura, a análise e a interpretação do espaço
geográfico.
No
processo de ensino-aprendizagem, entende-se que incentivar o aluno a produzir
maquetes permite uma participação maior deste no processo de aprendizagem, além
de dar oportunidade ao educador para perceber o contexto sociocultural em que os
estudantes estão inseridos.
Maquetes realizadas pelos alunos dos sextos anos, Turmas: 6D e 6E na disciplina de Geografia - Prof. Tânia Jadoski - Escola Municipal Pio XII - Charqueadas/RS.
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